Archive for the 'Entrelinhas' Category

… determinadas ilusões

O rosa do amanhecer me lembra a boneca de pano da minha avó, a boneca de pano que somos todos, fantoches de ilusões ilusórias. Entendo melhor avatares do que pessoas, bonecas do que avós, soldados de chumbo do que empreendimentos. Não fui empreendedor nesse sentido comezinho da palavra. Deixei cantar o rouxinol, dei ouvidos às corujas, me destemi diante de crânios já descarnados e javalis prontos para o abate. Não me adaptei à solidão do campo, não vi sinceridade em todas as lágrimas e, talvez por isso, não tenho lágrimas em meus olhos mesmo nas adversidades. Os motivos para as lágrimas são os mesmos dos suicídios e o querosene é inflamável e veloz porque assim convencionei.

Hoje percebo que, se ofereci pouco no passado, ofereço muito menos hoje, hoje sou efêmera folha de papel virtual, sou uma possibilidade que está no espaço (de zeros e uns) e só é percebida por nós. (Uma árvore enorme que cai numa floresta totalmente deserta faz algum barulho?) O que não percebo não é. E se o outro não me percebe é simplesmente porque não sou e não poderia ser de outra maneira ===> outra maneira seria minha negação, seria minha eterna diáspora que não reencontra porto seguro, não vê continente nem luz (nem a das estrelas) e se vou em frente, da mesma maneira não é por valentia ou espírito desbravador e sim pela dúvida entre o profano e o sagrado

Rever…. rever…..

Existe uma utilidade toda especial no tempo em que estamos sozinhos, ao contrário do que parece. Os que consideram a solidão algo insuportável não se percebem totalmente, não percenbem ainda que, no fundo, estamos todo o tempo lidando cosnosco mesmo que hajam pessoas em volta. Estamos representando nossos papéis, nossas personas, nossos avatares cuidadosamente criados consciente ou inconscientemente. A insistência da não percepção do óbvio funciona apenas como uma espécie de ‘freio de mão puxado‘ que travamos (e impomos) com nossa própria existência assim formulada. Por isso muitas vezes acredito que o existencialismo deveria ser relido e novamente estudado, de forma a não deixar equívocos assim como está hoje. E quem acha isso tudo uma bobagem são aquelas pessoas que fecham e apertam bem os olhos fechados sempre que passam por um espelho.

Do nada

O existencialismo pode ser tão falho quanto o criacionismo, mas parece-me mais transparente. Os dogmas do criacionismo me irritam, não por eles em si ou de per-si, mas pela dissimulação atávica do pensamento. Melhor seria dizer do não pensamento, das trevas mentais a que tentam induzir os de mais frágil espírito. E não se deve construir toda uma arquitetura filosófica apropriada para os de menos capacidade cognitiva. Isso seria (e é) patético)

Pesadelos

Não venho sumido assim como me dizem alguns companheiros via e.mail. Bem verdade que não tenho postado aqui diariamente e a lista de motivos é tão longa que nem vale à pena começar. E ando afastado dos meus livros comuns tamanho está o meu envolvimento com o estudo de uma determinada filosofia. E como a minha movimentação pela cidade anda pequena… resulta então uma falta de assunto que possa interessar a alguém daqui. Antes de ontem coloquei um ponto final no conto que venho  escrevendo há quase um mês. O tema, comum, é sobre uma mulher e seu amante que, subitamente passam a perceberem o outro numa epécie de dimensão extraordinária, a visão apenas dos IDs de cada um. Até o suporte  profissional/psicólogico não funciona porque ninguém dessa área está acostumado a tratar de personas assim, já expostas (como um cirurgião não está acostumado a operar pessoas sem as devidas ‘carnes’ a serem invadidas pelo bisturi).  Acho todo o produto simples, quase banal, mas alguns amigos e conhecidos que leram disseram que gostaram muito (o que pode ser unicamente ‘bondade de amigos’)… Eu tenho pesadelos à noite.

Bom dia, Vietnã

Dia desses uma “peça rara” me “xingou” dizendo que ninguém vinha aqui, nesse meu espaço. Não sei no quê ele imaginou estar me aborrecendo. Existem sites que milhares de pessoas visitam para ouvir os desabafos dos blogueiros, outros não. O meu está entre esses. Oscila em retorno dos 120 visitantes/dia. Mas isso realmente é um problema? Se vierem 40/ dia… Deveria de fato de chatear com isso? Talvez se eu gostasse de me “pavonear” como alguns (nem todos). Mas eu? Praticamente converso via e.mail ou MSN com todos os que aparecem por aqui. É uma turma legal, descolada, não agressiva e, de certa forma, meio espartana como eu. Pois bem. Escrevo para eles, eles respondem para mim, conversamos e debatemos assuntos. Tudo muito simples, muito tranquilo. Meu espaço não foi idealizado para ser denuncista, “patrulhador” dos atos e ações dos outros. Não me interessa o que fazem deputados nem senadores, me incomoda muito mais o presidente Lula e seus aloprados. O resto é o resto. (continua)

Perseguindo Francis

Escrever é uma forma de ler às avessas, Portanto, quando estamos lendo pouco, obviamente escrevemos pouco. Isso porque recebi um e.mail amável reclamando que eu escrevia em média três posts por dia e hoje mal escrevo um por semana. É uma observação verdadeira (pelo menos para as 3 pessoas que frequentam este sítio). Entretanto, tenho escrito mais nos cadernos, que é completamente diferente. Não sei se acontece com alguém, mas em determinados momentos da vida tudo o que se tem a dizer é secretíssimo (rs). São coisas que, publicadas, trarão muita dificuldade, muito transtorno – político inclusive. E se pensam que estou com medo de publicar, eu respondo: sim e não. E é a velha história: o medo não é por quaisquer prejuízos políticos, trabalhistas ou ainda de relacionamento, de amizade… Não, não é nada disso. Mas sempre lembro Paulo Francis falando sobre uma crônica escrita há muito tempo atrás. Essa crônica, publicada num jornal em um momento errado, sem pensar, fez com que Francis perdesse dois grandes amigos, por exemplo. Dizia ele:

“Se o editor do jornal fosse sensível, não publicaria aquilo imediatamente. No dia seguinte me perguntaria se era mesmo aquilo que eu desejava publicar. E à partir de então não entreguei mais um crônica no mesmo dia em que escrevi.”

Hoje em dia tudo mudou… quem publica é a pessoa que escreveu. Toda a responsabilidade é dessa pessoa. Então, diante dessa qustão do ‘SIM’ e do ‘NÃO”, dessa responsabilidade vou avaliando o que é para publicar – tornar público – e o que é muito particular. Por outro lado, a publicação das coisas é meio viciante… na verdade, o que escrevo em particular também está publicado em outros sítios, lugares que não divulgo e muito menos dou o endereço. Tenho certeza de que alguém, encontrando os escritos, imediatamente saberá quem é o autor.

O que passa na cabeça de uma  pessoa é infinitamente maior do que o espaço em seu blog.

As ruas… e os que “desabaram”

Recebo e.mail de leitora reclamando que estou escrevendo muito pouco. Verdade, ela tem razão. Sei e não sei o porquê. Muitas vezes, passando por momentos angustiantes escrevemos muito. Tenho pilhas de cadernos manuscritos compulsivamente como se aquela escrita, de certa forma, estivesse lavando minha alma. Em outros momentos, há uma retração. Melhor não dizer nada para não ficar falando besteira nem relatando os eternos draminhas. Afinal, trabalhar (muito), tomar um chope e dormir não é matéria de muito interesse, não é verdade? Histórias chatas e repetitivas também não interessam a ninguém.

Mas, de uma forma geral, acho que vou bem, as coisas estão caminhando, estou conseguindo passar por adversidades sem morrer por isso. Vagarosamente estou lendo um livro interessante, A Cordilheira. Semanalmente tenho visitado minha mãe e a grande coisa é que consegui colocar uma “meio” empregada, meio acompanhante para ela. Já é alguma coisa. No mais, é deixar o tempo fazer sua parte. Observar. Olhar pessoas na rua sabendo que elas têm seus problemas e continuam perseverando (algumas, né?) À pouco tempo fiz uma matéria sobre a população de rua e vi todos os “caídos”, todos os que não resistiram. É assim: existem pessoas e pessoas.

a reviravolta binária

determinados desencontros na vida, muitas vezes, são mais comuns do que encontros. como se pudéssemos entender tal fenômeno, viro-me em todas as direções te buscando. não vejo nada, não encontro nada a não ser essa imagem pálida que vai se apagando no meu retrato de vida. peço ajuda a um e outro, mas pessoas nunca podem fazer nada completamente. sigo mais um ou dois quarteirões do que se chama rua (eu chamo de outra coisa), certo de que pode existir um beco. uma aternativa. mas não. são avenidas largas, tudo muito clean apesar das chuvas e mau tempo generalizado. até esse ‘mau tempo’ parece programado, parece ter sido criado em pixels. não existe entendimento que não seja binário. cada um de nós está muito envolvido com todas as nossas (poucas) coisas para nos atermos a qualquer outra alternativa. dor não existe porque admitir dor é admitir fracasso e ninguém presta-se a isso, porque o mundo é de meia dúzia de bem sucedidos inteligentes e trabalhadores e se não estamos entre eles, parece que não existimos, parece que somos uma proposta incompleta e mesmo nossa momentânea confiança se esvai como areia numa ampulheta mal projetada. pessoas deve fazer projetos, segui-los, concluí-los para depois receberem as benesses relativas a seus méritos. um mundo mais generoso com não-pessoas, com simulações, com holografias. percebe-se apenas o que deseja-se perceber. uma espécie de ordem natural das coisas. imutável para que a vida continue em ordem.

Book Crossing

Ontem novamente encontrei o mendigo-intelectual que aparece sempre na rua com um caudaloso livro e escrevendo ele mesmo sobre o que está impresso. Sei de muitas pessoas que fazem anotações no rodapé ou nos espaços laterais respeitando sempre o que o autor publicou. Esse homem (cada dia ele me diz um nome) é muito mais ousado (e, acredito, muito mais criativo). Ele reescreve os livros, “dá uma força para o autor“. Sentei-me a seu lado e procurei ler o que ele escrevia e, para minha surpresa, era uma redação lógica – ainda que louca – mas que poderia estar impressa igualmente. Diz ele que não concorda com alguns livros – que eu saiba, não concorda com nenhum – e, pacientemente, vai reescrevendo-o em partes ou no todo. Não pede dinheiro nem anda embriagado, sua droga é esse tipo de literatura que ele absorve e, simultaneamente, produz. Verdade que ele não fala muito, absorto em seu trabalho. O que me pergunto sempre é como (ele) escreve tanto e os jovens – grande parte deles – não conseguem fazer uma mísera e simples redação escolar!

Vez por outra esse homem me conta histórias, diz que não é do Rio de Janeiro (e outras vezes diz que não é do Brasil) e não gosta muito de conversar, mas que sente simpatia por mim, pela minha atenção com seu “trabalho”. Já perguntei porque ele não escreve num caderno com folhas em branco onde poderia criar o que bem entendesse, mas ele argumenta que não, que sua missão é corrigir informações imprecisas ou “sem criatividade” já impressas anteriormente. Para maior surpresa ainda, revela que, ao terminar suas anotações, deixa o livro em qualquer lugar para que outros o encontrem e leiam o que ele escreveu. Ou seja, diante dessa aparente loucura, ele participa do Book Crossing – movimento internacional em que pessoas deixam livros em locais públicos para que outros encontrem e a cultura e informação circulem mais democraticamente!

E isso acontece aqui, no Centro do Rio, próximo à Lapa. Ou seja, creio que a sociedade deveria dar mais voz à população das ruas, aos que vivem à margem, porque muitos deles (a maioria) cria métodos de sobrevivência e de ocupação de seu tempo que não seja, necessariamente, esmolar.

Porque pessoas escrevem ou Por que pessoas escrevem?

Determinados dias, diminuo minha leitura de livros e dedico-me aos blogs. Muitos são interessantes e outros tantos, chatérrimos. Minha opinião. Tem gente que deve adorar os que acho chatos e vice e versa. Não tem padrão. O que tem é um monte de gente escrevendo quase diariamente (ou mais um uma vez ao dia) aquilo que está pensando ou aquilo que gostaria estar pensando. Tanto faz. Fala-se muito, teoriza-se sobre pessoas que simplesmente estão disponibilizando emoções (ou a falta de).

Quero estar bem distante dessa turma, dessa gente que fica filosofando sobre o porquê pessoas gostam de contar coisas, de escrever por necessidade ou simplesmente por escrever. Esses detalhes não me interessam em nada. E nem deveriam interessar a ninguém. O blog, assim como a literatura e outras manifestações, não deveria se prestar a análises acadêmicas, devíamos apenas saboreá-los ou os deixarmos de lado. Não interessa a análise que fazem do que escrevo. Escrevo por escrever, simplesmente. Escrevo em blog, em blocos, em cadernos (muitos)… enfim, gosto de contar o que estou vivenciando e sentindo (ainda que muitas vezes não seja politicamente correto). Nada disso me interessa. Se soubesse, talvez em desenhasse ao invés de escrever… ou preferisse fazer uma sopa, sei lá. Ou dormir, quem sabe? Tudo o que é colocado aqui tem uma importância enorme e, ao mesmo tempo, não tem importância nenhuma! Não sou um escritor, sou um escrevinhador. Em momento nenhum busco cadência nas palavras, nas frases. Em momento nenhum acho que há qualquer erudição por aqui (nem por ali). O que existe de fato (em mim e nas pessoas que escrevem) é um “transbordamento” de emoções, de impressões colhidas nas coisas do dia a dia. Nada mais do que isso. Simples assim.

Ventiladores de Teto

Bobagem dizer que nem sempre somos compreendidos. Bobagem mesmo. Somos compreendidos todo o tempo. O que ocorre é que nem sempre somos levados à sério. E acho bom não sermos levados todo o tempo à sério. Porque a vida nem as coisas da vida são tão sérias assim. Nada é tão importante. Existe uma desimportância crônica em todas as coisas, desimportância forte e coerente (que algumas pessoas fingem não perceber). Porque perceber a falta de importância do mundo é negar esse mesmo mundo, é negar tudo o que fazemos e o que deixamos ( com culpa) de fazer. Esses dias, quieto, perguntei-me várias vezes o que fazer, que atitude tomar diante da displicência das coisas. De todas as coisas. Não vejo nada à frente, nada ao redor, nada de nada. O anjo me fala da Grande Mentira Encantada que nos seduz. Ouço como quem escuta o canto do rouxinol, como se desses houvessem por aqui. O grande anjo vem regularmente e  fala das coisas, mostra os caminhos através do sono. Sono sempre induzido. Os filmes são todos reprises e os livros… ah, os livros… Vejo a alegria com que K. fala dos livros e fico feliz por ela e não digo nada exatamente para que ela continue descobrindo os sonhos dos livros. Como os sonhos de tudo o mais. Porque temos a idade em que podemos – e devemos – sonhar e vivenciar muito. Tudo! Insisto em me olhar do espelho e lembro-me d’O Inquilino de Polansky. Cartas para lá e para cá. Jornais não impressos, folhas em branco que leio atentamente e que me proporcionam surpresas aqui e ali. Ventiladores de teto eternos. Eternas esperanças em pílulas fracassadas.

Quando nos perdemos e a possibilidade de engodo de Borges

Eu falo muito de andar chutando pedrinhas enquanto penso, mas talvez nem tudo seja verdadeiro (ou tão verdadeiro). Em muito momentos eu fico em casa… sentado em algum lugar olhando para a parede. Nela encontro formas, figuras, pessoas, frases. Não sei se já se deram conta de, com a mente aberta,  a importância de olhar uma parede. Eu tava pensando nisso porque desejava ansiosamente encontrar o oráculo de Matrix (que, inclusive, me fizesse biscoitos). Talvez, de uma forma física e, igualmente, metafísica, observar a parede seja meu oráculo. Ainda talvez eu não perceba as coisas que estão na minha frente. Porque a verdade é que blasfemo (aprendi com Caetano Veloso há muitos anos) demais – e não vou parar. Adoro blasfemar contra todas as divindades que se dizem isso e aquilo, mas no fundo, não atendem em nada. Não blasfemo contra pessoas vivas: digo a elas duramente (ou candidamente, claro! rs)o que eu penso. Como eu já sou doido mesmo, proponho que façam a experiência (principalmente K., minha Kastor). Pode dar certo, pode ser legal, pode aliviar e renovar forças para enfrentar o rio de trabalho ou adversidades. Tudo pode. Pode não acontecer nada. De toda a forma, não custa falar, não (me) custou experimentar, minto, descobrir por mero acaso (nenhum mérito especificamente meu). Só pra lembrar: diante de qualquer escada, continuo (e continuarei até o fim) em busca do Aleph – essa é uma das  realizações que desejo concretizar. Já pensei inclusive que Borges pode ter nos enganado naquele conto e o Aleph ser, na verdade, uma figura feminina (ou estou pensando demasiadamente no feminino). Evidentemente não confio em Borges como ele também não acreditava em si (nem em Casares e vice e versa). Portanto, parto mais uma vez do zero. Talvez, se eu sentar e ler uma enciclopédia velha inteira, descubra coisas que se perderam nos tempos, mas como também não acredito no tempo (em si), talvez nós é que tenhamos nos perdido.

O dilúvio eterno

Minha maneira de pensar é diluviana. Tudo na minha vida é um verdadeiro dilúvio. Quinto ato do Rigolleto. Sinceramente não acredito em chuva fina nem em garoa, só em grandes temporais com enchentes, granizo e tudo o que tiver direito. Já escrevi aqui que sou muito exagerado, mas o que eu constato no dia a dia é outra coisa: as pessoas todas, pelo menos em algumas coisas, são muito exageradas, apenas não falam. O que não deixa de ser um absurdo porque o Brasil é um país extremamente oral como constatam, por exemplo, Luis da Câmara Cascudo e Gilberto Freyre. E se pensarmos bem, Nelson Rodrigues nunca foi propriamente um exagerado…

Miscelânea, bunda e Haldol

Hoje é dia de festa na livraria e de luto no meu cartão de crédito. O aumento de lançamentos (ou re-lançamentos) de livros fundamentais e o decréscimo de opções de leitura na internet dá régua e compasso para se fazer a festa. Eu mesmo, após encontrar nesse mundo de zeros e uns, umas poucas pessoas gabaritadas, à minha altura, agarrei-me a elas e temos formado um pequeníssimo mas seleto grupo de pessoas que apreciam o que é bom. Após alguma turbulência, como o estresse de visitar um lixão, encontrei as minhas pessoas e chutei a bunda de todas as outras. Por instindo eu pisaria no pescoço, mas como ando numa fase light, contento-me em chutar bundas. Essas pessoinhas chutadas, por desconhecerem a possibilidade de pisar no pescoço, escrevem artiguinhos ter terceira, indignadinhas Ouço falar, não leio. Leio livros importantes (ou não) e, para minha informação, a melhor revista semanal da Amárica do Sul, uma das melhores da América Latina, VEJA. Falar dos meus hábitos também não adianta muito. É como o caso patológico no Rio, de velhos esquerdistas bolorentos que insistem em se rebelar contra o Globo e lêem o pobrinho Jornal do Brasil (pelo que ele foi um dia) (ah ah).

Nada disso vem ao caso e sim a alegria da reedição do livro fantástico de 2006 (jabuti pós-mortem), “A Imitação do Amanhecer”, de Bruno Tolentino. Vou ler e comentar. E adorar. Tem um tipo de gentinha que despreza quem lê e comenta, acha que se faz isso porque não se sabe realmente “fazer igual”. Gente que além de pé na bunda deveria tomar doses cavalares de Haldol. Todo mundo deveria ser escritor e ninguém resenhista e crítico? Nem mesmo comentar? Meu Deus!

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Então me falaram em participar do grupo de discussão da TV Pública (edição Chavista da TV do Lula.). Não aceitei. Assim como meu ídolo Diogo Mainardi (sem jamais esquecer o insubstituível Paulo Francis), acho que Lula também é minha hiena. É a hiena de um povo triste a atrasado, um povo que não se levantará nas próximas gerações (considerando o brutal atraso e ignorância desta). Tô fora. Afinal, não houve mais um homem público como Carlos Lacerda (já leram os caudalosos Diários dele e estudaram um pouquinho de História? Pois então.

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Tem Historiadora especialista em cemitérios abandonados que gosta de aparecer na mídia fazendo manobras escusas para entrar no meu programa. Não vai!

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E eu, que não escrevo, apenas cito, estou desesperado para ler “Nadja”, de André Breton. Ô rapaz, você só sabe falar dos outros! Por que não é você mesmo um André Breton? ( ah ah – Haldol! Haldol!). À parte esse momento de extremo lazer diante da ratataia, vou trabalhar um pouco – lavar chão? (ah ah! Haldol! Haldol!)

Conclusão

Sim. O ofício do escritor é escrever. Duro é você se convencer (e aos outros) que não somos escritores. O entuasiasmo do início, nesse caso, é o prenúncio de um final frouxo, chinfrim, jekinha

Minhas mentiras

O horário de verão (estranhamente), dessa vez me pegou desprevenido. Dormindo demais. Sou confuso e minhas verdades mudam ou são travestidas de mentiras. Minto muito para mim mesmo. Embora eu reclame, amo as minha insônias, períodos que fico apenas comigo numa bolha de silêncio sepulcral. O mundo de fora não me interessa. Tanto. Procuro agora outros afazeres à dar comida aos porcos. Mais um vez, mudança radical. O caminho? Meu hermetismo existencial. Só.

Continuo depois

Ontem eu ia deletar tudo isso aqui. Só não o fiz pelo enorme trabalho braçal para montar ontro blog. Deletei então os posts que falavam verdades de pessoas. Não me interessam mais as pessoas por aqui. Em nada. A quantidade de inimigos é tão grande que desisto da batalha com a esperança que não voltem aqui, que me esqueçam. Minha decepção é grande demais, meu enfado, meu tédio, minha náusea. Fiquem então com suas coisas e me deixem com a minha. (A maior parte do texto de agora, deste post aqui, arquivei no word, não quero escrever muito aqui).

Talvez, mesmo patrulhado eu ainda tenha alguma coisa a dizer aqui, não sei. Talvez não. Talvez seja momento de  estar um pouco num de meus outros espaços, possivelmente no http://wwwgeraldoiglesias.blogspot.com Não sei se isso altera alguma coisa. Cansei de escrever agora aqui….continuo depois.

Meus literatos cablocos e babalaôs….

Recebo um e.mail legal, de uma pessoa falando de toda a “realidade e atualidade” d’O Processo, de Kafka. Respondo educadamente, dando uma respostinha dessas quase ‘padrão’ e me chega agora uma correspondência furibunda, dizendo que eu não alcancei o que tentava me dizer, que se eu nunca tinha lido Kafka então azar e que eu era uma besta quadrada e tudo o mais. Deletei o e.mail porque não me interessa o que as pessoas querem me falar sobre Kafka, nem o que esperam que eu fale, eu não tenho que falar nada, não sou professor nem tenho o preparo necessário pra isso. A pessoa não desistiu e mandou duas longas cartas, uma falando de O Castelo e outra falando de Metamorfose. Como são livros que gosto muito, senti-me tentado a  falar, opinar, participar daquela discussão à distância…. Mas pensei bem… Pedi desculpas e disse que não sei de nada nem conheço nada.

Nesse momento…. agora… quero estar distante dessas discussões, dessa coisa impessoal… existem intelectuais caboclos, babalaôs tupiniquins, morenos miscigenados (de preferência bahianos ou cariocas) que estão me interessando muito mais no nomento. Uma hora eu explico.


Ela…

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"A descoberta do Prozac criou um universo de eunucos felizes"

"É-nos impossível saber com segurança se Deus existe ou não existe. Por isso, só nos resta apostar. Se apostarmos que Deus não existe e ele existir, adeus vida eterna, Alô, danação! Se apostarmos que Deus existe e ele não existir, não faz a menor diferença, ficamos num zero a zero metafísico" Albert Camus

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""Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos."
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