Archive for the 'amor sim!' Category

Mãe

A grande verdade é que desperdicei tempo demais.  Quanto tempo mais nós poderíamos ter estado juntos se eu permitisse. Quanto consolo nos daríamos mutuamente. Quantas tardes e noites maravilhosos… E eu fiz tudo errado… Eu nunca imaginei que minha mãe me faria tanta falta.

Fragmentos de bate-papo

Tudo bom?

Tuto diz:

rudo e vc

 Geraldo diz:

Faltam 19!!!!!!!!!! (dias)

Tuto diz:

hahaha

verdade

Geraldo diz:

o que v vai fazer no seu aniversário?

Tuto diz:

vou pra uma boate lá em búzios

Geraldo diz:

isso mesmo!… mas pega leve, viu? nada de beber demais nem drogas… outra coisa… cuidado porque empurram ecstsy pra cima da gente e “algumas tribos” empurram bebida misturada com calmantes (Boa noite Cinderela” que te fazer dormir 12 h…… ah ah ah fala pai chatola! rs

  Tuto diz:

HAHAHAHAH

relaxa

Geraldo diz:

Dou a maior força para você ir…. quando eu fiz 18 também fui eh eh eh

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P.S. Pra gente ver o quanto um pai pode ser mala!!!atgaaab9hndcmi84qz5zv2flupguc5lxgfs13gv6zjolhg4107evku4b9ibzbciu8vdp-qcakqgft01-xm2y0d-5jsgrajtu9vdhr0gtzzmlpjzy5hjhwspje3kmrw11

Fase “Não ler”

Eu já contei inúmeras essa característica, mas não custa repetir tendo em vista a falta de uma boa técnica nos templates dos blogs. Quem me mostrou a fascinação da leitura foi minha tia mais velha (que, aliás, me mostrou as enormes belezas da vida – principalmente seu amor infindo por Copacabana. Essa tia era anormalmente viciada em livros. Às vezes eu tinha a impressão que não escapava um. E mesmo nas fases da maior falta de dinheiro, ela ia pra livraria, comprava dez, quinze livros em crediários imensos e voltava pra casa feliz da vida mesmo quando faltava o pão.

Diante dessa coisa arrebatadora eu comecei a fazer a mesma coisa. Pegava os livros todos dela e ia lendo. Cada vez mais rápido. Vez ou outra ela me dava uma bronca dizendo que tal livro não era para a minha idade ainda. Ah ah.. Esse era o código para que, em sua ausência, eu me agarrasse aos livros “proibidos” – que eram bobagens, descrição suave de cenas de sexo. Bons tempos. Como eu estava sempre com ela, minha tia e eu trocávamos milhões de idéias e impressões sobre cada um dos livros. E depois de ler uma parte significativa dos clássicos ela se apaixonou por biografias, romances, livros policiais e coisas como livros-reportagem sobre a máfia, sobre os primórdios do Brasil, etc. Eu… sempre fazendo o mesmo (muita coisa tive que reler depois de mais adulto porque não entendi bem no início da adolescência).

Mas aconteciam coisas interessantes: de repente, sem nenhuma explicação ou causa aparente, eu parava de ler e ficava meses assim. Como se nunca mais eu fosse ler na vida. Puxa, aquilo me deixava mesmo desesperado! E mais uma vez minha tia me salvava: “É assim mesmo. Existem pessoas que têm a sua fase ‘LER‘ e outra fase, a ‘NÃO LER’. Quando estamos na fase NÃO LER, não adianta forçar, é usar a cabeça para se ocupar de outras coisas.” Assim dito, assim feito: ela buscou outras ocupações e, além da sua ocupação principal, tornou-se – pouquíssima gente sabe – uma das maiores tapeceiras do Brasil.

E, de fato, constatei que essa “fases” existiam mesmo. E não adianta você forçar a barra para ler porque não prestará atenção em nada, não perceberá lhufas e ainda vai se frustrar. É parar e aguardar que a fase LER apareça novamente.

Digo tudo isso para explicar porque não cheguei ao fim de “O Livro Negro” de Orhan Pamuk. Não vou me forçar. Logo, logo tudo volta ao normal.

Até a hora do pesadelo (Diana Krall)

O céu azul com esses fiapos de nuvens brancas que se movimentam estranhamente não combinam com Diana Krall essa mulher estranhamente sensual, uma sensualidade na voz para ser mais exato e seu piano que ocupa as caixas de som, que se insere nesse ambiente de início de tarde de um tempo qualquer, que não me dou conta do que é, foi ou será. Calor intenso, um suor que não abandona, que está impregnado no meu corpo, nas minhas roupas, lençóis, nas paredes azuis e brancas desse lugar que agora me parece estranho, não exatamente novo, mas desconhecido o bastante para me fazer recordar como e porquê vim parar aqui. Não era isso, não era isso o que eu planejava embora não saiba o que planejava, o que imaginei. Essas músicas me lembram as curvas das estradas para a serra, curvas que eu fazia numa velocidade perigosa apesar da segurança do carro novo, faróis altos, noite fechada, alguma cerração e pneus cantando nas madrugadas que eu não sabia se frias ou não encapsulado que estava naquele ambiente pleno de um ar condicionado equilibrado, perfeito. Mesmo pronunciando tudo errado eu cantava alto junto com Diana, tranquilo na certeza de que ninguém mais me ouviria e que o jardim, ainda distante me esperava, que ela, de moleton cinza-claro me aguardava junto à porteira porque o tempo da minha pequena viagem era cronometrado já.

Quantos dias, quantas semanas, quantos meses? Não sei direito, mas pareceu-me uma eternidade, como se toda a vida sempre tivesse sido assim, como se todos os dias raiassem com céu vermelho, com pássaros cantando, com a grama úmida de orvalho, com a surpresa infalível de uma roseira única, mas que não decepcionou jamais. Era bom olhar aquela rosa, era bom desenrolar a mangueira e molhar todo o jardim antes que o sol ficasse mais forte porque aí seria a hora de, sandálias de borracha, banharmos os dois cães negros, jovens e brincalhões. Foi ao som de Diana Krall que vivi o universo perfeito, a vida boa, calma e justa até que chegou a inesperada (será mesmo?) hora do pesadelo.

As músicas

A última (ou uma das últimas) músicas que ouvimos os dois aqui em casa…. Ela gostava dele por amor a mim…. porque eu gosto dele… Nossa, quanto amor….


Ela…

Ela...

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"A descoberta do Prozac criou um universo de eunucos felizes"

"É-nos impossível saber com segurança se Deus existe ou não existe. Por isso, só nos resta apostar. Se apostarmos que Deus não existe e ele existir, adeus vida eterna, Alô, danação! Se apostarmos que Deus existe e ele não existir, não faz a menor diferença, ficamos num zero a zero metafísico" Albert Camus

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""Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos."
Nelson Rodrigues

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