Arquivo para dezembro \31\-03:00 2008

As músicas

A última (ou uma das últimas) músicas que ouvimos os dois aqui em casa…. Ela gostava dele por amor a mim…. porque eu gosto dele… Nossa, quanto amor….

O querido Fabio Sabag em paz (muito obrigado, meu amigo)

Nessa madrugada morreu Fábio Sabag, um grande homem. Um grande ator, um grande homem de teatro e televisão… um grande diretor, uma pessoa extremamente sensível e brincalhona. Foi imensamente amigo da minha tia Zilka Sallaberry (muito mais do que as pessoas podem imaginar!). Foi para mim também um grande amigo. Aprendi muito (quase tudo) com ele. São tantas pessoas que me deixam que nem sei mais o que dizer. Muito obrigado meu amigo. Tenho certeza de que está em paz.

O 3D

Meu fiel amigo Afonso (que adora ser chamado de 3D)… colocou a foto da minha mãe na barra lateral…. É como se ele fizesse ou ajudasse a fazer uma homenagem… Valeu, cara!

E as redes de proteção? 2009 e o tempo

Ok, parece que a vida venceu, o tempo passou e termina 2008. Não creio que tenha sido um ano muito bom para mim (se é que devo insistir em considerar o ano, essa medida de tempo tão idiota quanto o relógio). Primeiro pensei em fazer uma pequena retrospectiva, falando de bons e maus momentos, mas parece besteira, não deve interessar a ninguém – e nem a mim mesmo! Passagem de ano é parecido com data de aniversário, um momento irrelevante, uma festa tolinha, jeka e inútil. Não posso me furtar a voltar ao assunto: minha mãe fez aniversário no dia 10 e morreu no dia 17… sete dias após. E qual a diferença em falar que ela morreu com a idade (que vivenciou sete dias) ou com a anterior? nenhuma. Se eu morresse em 2008 ou em 2009, igualmente será irrelevante.

Meus três leitores sabem muito bem a implicância que eu tenho com o tempo, com as marcações do tempo e tudo o mais. Acho tudo isso uma babaquice ímpar. Nunca fiquei bebendo qualquer coisa à zero hora. Nunca dei pulinhos nas ondas nem acendi velas nem joguei flores no mar. O custo dessas flores, por exemplo, paga um prato de comida para um pobre esfomeado… Fé é um nome esnobe para crendices populares. Por que deve-se adorar mais a deus do que a um duende? Alguém já viu qualquer um dos dois? Bom, se viu não se trata de milagre e sim um claro sinal que a dose de Haldol ainda está muito baixa.

Mas não quero agredir ninguém, respeito a crendice das pessoas. Se elas necessitam, ótimo, façam bom proveito. Igualmente para quem estuda o alinhamentos dos astros, os búzios, etc. etc. A única diferença clara que percebo é que terei de grafar 2009 ao invés de 2008 no preenchimento de cheques. Só isso já é uma chatice, porque estamos acostumados com um número de ano e trocá-lo sempre faz confusão e, invariavelmente, erramos. E perdemos dinheiro já que cada folha de cheque é paga.

Por outro lado, acontece o nascimento de várias crianças e a morte de outras tantas (crianças, jovens e idosos). Mais ou menos como se a vida fosse um elevador num prédio de 40 andares. À cada parada saltam uns e entram outros. Simples assim. E quando esse elevador chega ao último andar “muda o ano” para continuar tudo mais ou menos igual. Muito mais interessante seria comer um acarajé preparado por ela. Ou uma moqueca, quem sabe…. Ou oferecer uma pinga a um mendigo que precise porque dessa vida não se leva nada (muito menos o fígado). E, se leva, eu serei exceção e não levarei nada.

Contam-se os dias das férias e quando acabam retorna-se a um trabalho chato, inútil… E fazemos isso em troca de um dinheiro ‘meia boca’ que nos garante uns pacotinhos de miojo, uma eventual cerveja e tranquilizantes que nos mantém “normais”. Ser normal, independente da data e do tempo é estar sempre dizendo sim ou um não ameno, estar entrando e saindo de lugares, batendo cartão de ponto, sempre vestido razoavelmente e de banho tomado. É isso que o mundo exige de nós. Mais nada. O mundo, a vida e o tal do tempo não sabem nada de nós, de verdade, como, igualmente, não sabemos nada de ninguém. É um espetáculo, um show (brega, verdade)… somos os palhaços de um cirquinho mambembe, de lona furada e sem redes de proteção.

A favor de Israel

Definitivamente eu não entendo essa comoção, essa “peninha” dos palestinos, pena que se espalha pelo mundo. Ora, se eles estão constantemente jogando foguetes destruidores contra Israel, o que se poderia esperar??? Óbvio que Israel deve responder com uma ataque dobrado, como esse de agora e não importa a morte de civis. Guerra é guerra! Os palestinos deveriam pensar nisso antes. Tenho dito.

Meus roubos descarados

Como eu adoro e não encontrava, o destino (ou Ela) colocaram no meu caminho. Descaradamente afanado da jovem K. de Kastor.

Eartha Kitt – C’est Si Bon (Live Kaskad 1962)

Atrás dos Panos ou Meus Óculos Escuros

O dia custa a amanhecer. Acordo frequentemente no meio da noite sem mais um pingo de sono – independente da quantidade de soníferos que tomei. Na verdade, não gosto de ficar acordado nas madrugadas. Não tenho paciência… prefiro infinitamente os dias… Se me considero uma pessoa solar? Igualmente não. Nem lua nem sol, talvez sombras onde eu possa perambular de óculos escuros, observando, mas não sendo observado. E olha que observar é uma coisa e xeretar a vida dos outros é completamente diferente. Na literatura de um ou dois séculos atrás sempre havia a personagem que vivia atrás de cortinas tomando conta da vida de todos. E me surpreendo hoje vendo pessoas que agem exatamente assim na vida real (e nesse ponto a arte imita a vida). Se me incomodo com esse comportamento? Certamente que sim. E me decepciono também. Na verdade, me irrito, não tenho saco e chego a ter um certo desprezo.

Hoje eu me lembro de cada uma das palavras que minha mãe dizia, que eu não acreditava, que eu achava serem exagero ou implicância dela. Não eram. Minha mãe com 79 anos, absolutamente lúcida me avisava, abria meus olhos e eu não via. Agora sinto um imenso remorso por ter duvidado dos alertas que ela insistia em me mandar. Tarde demais.

Meus óculos escuros: suavizam o excesso de luz que vem em minha direção… protegem meu espírito (não metafísico) – não que o mal deixe de existir, mas amenizo sua percepção. Gostaria de, com eles, não ser reconhecido como Clark Kent e seus óculos comuns, mas não se pode viver a fantasia das histórias em quadrinhos. Esses óculos escuros, enfiam, criam uma persona, um avatar e libertam meus sentidos e sentimentos. Por fim, disfarçam toda a tristeza que meus olhos carregam. Demonstram muito pouco toda a angústia que a ignara ululante insiste em me expor.

Sem assunto…

Para me livrar da peregrinação nas filas de bancos no início do ano, resolvi adiantar hoje o que era possível. Até porque dia 1° é feriado e imagino a sanha desesperada dos “sacadores” e “pagadores” de contas, títulos e não sei mais o quê. E uma coisa que eu tenho pavor na vida (além de ir ao dentista) é enfrentar tumulto e fila em banco. Se eu pudesse ter uma só mordomia na vida gostaria de ter um boy que cuidasse dessas coisas de papéis, documentos, bancos e o diabo. Isso aqui é o país da “Firma Reconhecida”, da Estampilhas e toda essa burocracia insuportável. Soube que, não sei como, meu pai ia herdar um cartório o que acabou não acontecendo. Pena.. hoje eu seria riquíssimo…rs

Está chegando o dia da virada para um novo ano e o serviço de meteorologia prevê chuvas torrenciais no sudeste. Eu não me importo porque não saio de casa mesmo, mas tenho pena dos dois milhões de pessoas que acompanham a queima de fogos em Copacabana, por exemplo.

Aliás meus poucos amigos e conhecidos, nessa época do ano sumiram completamente. Não encontro ninguém. Até os acessos ao blog diminuíram consideravelmente. Mas nada disso me importa muito. Estou mais preocupado porque está sendo um processo complicado me desfazer do apartamento que mamãe ocupava (tem gente demais palpitando!), mas falta pouco. Quando isso acontecer, posso considerar este ciclo encerrado na minha vida. Não sei explicar muito bem o porquê, mas sinto muita necessidade de ver tudo isso terminado.

Tá…. a verdade é que não tenho nenhum assunto interessante, eu reconheço. Posso acrescentar que estou lendo dois livros: “As Mulheres do Meu Pai” do angolano José Eduardo Agualusa e, ao mesmo tempo, “Cidadezinhas” do John Updike. Na fila para posterior leitura tenho:; “Três Vidas” de G. Stein e “Gomorra” de Roberto Saviano. Não creio que durem até o final de Janeiro de 2009, mas já é alguma coisa. No mais… Passem bem!

Roberto Carlos… Muitas Emoções

Olha, sem querer ser agressivo, eu queria fazer um depoimento…. Não existe coisa mais bela, mais terna do que assistir Roberto Carlos. Acho que esse apelido de “Rei” é pouco, surgiu numa época em que se escolhiam reis…. Desde a mais tenra juventude, cresci ouvindo Roberto Carlos e agora, velho e cansado, continuo me emocionando igualmente. Sim, precisamos de ícones, de mitos, de ídolos. E ele é um marco inqüestionável.

Hoje eu escuto aqui e ali pessoas falando mal dele, comparando a Paulo Coelho em vendagens e tal. Roberto Carlos é um marco. O que existe é antes e depois dele. E falar mal, bicho…. é resultado da ratataia, da gentalha, da ignara reinante. Tô fora. Eu e meus contemporâneos aprendemos a amar Roberto Carlos. E continuamos amando. O resto… bom, é o resto…

Muitas Emoções……

Vida Breve sim!…Pra ela… Uma vez é Muito Pouco

image0201Eu canto pra você…. acho é minha catarse, faz parte do meu show..rs

Essa menina…

Olha que bacana!

Sobre minha barba e o Natal

Para mim, o Natal sempre foi uma festa chata, uma comemoração meio sem sentido. Quando minhas tias eram vivas, sempre rolava um almoço (delicioso) na casa da minha tia Lourdes Mayer e era o momento da família toda se ver, aquelas coisas… Depois, sem ela e eu mais velho, fui me afastando dessas coisas. Afinal, nunca fui mesmo de confraternizações, entrega de presentes, etc. Minha mãe ficava preocupada por eu passar esse período sozinho e, para amenizar preocupações, eu sempre inventava grandes festas, churrascos em sítios de amigos e passada a data, descrevia essas comemorações nos mínimos detalhes. Com isso, acalmava todo mundo e mantinha minha privacidade.

Portanto seria uma mentira ridícula, dizer que passei o Natal sozinho por encontrar-me de luto. Não. Fiquei sozinho como sempre, como eu gosto. Mantenho o costume de quase todo o dia de comer um miojo, um ovo cozido ou uma sardinha em lata. Pode parecer estranho a alguns, mas para mim é normal. Como presente natalino, telefonei para a livraria e me mandaram três livros (que ainda não abri).

Artur, meu gato, é uma companhia e tanto! Claro que não desprezo a companhia de ninguém (minto, de algumas pessoas desprezo sim, mas são muito poucas). Nem sei bem porquê, depois da juventude comecei a me afastar de comemorações oficiais, de todas elas como Natal, Ano Novo, Carnaval (e outras). Realmente acho tudo isso muuuuuito chato! E a verdade é que as pessoas me acham no mínimo, excêntrico, mas a grande maioria me acha doido de pedra mesmo, antipático e arrogante. Vá lá… que seja!

Prefiro muito mais fazer uma caminhada no entorno da minha casa, falar um pouco com os miseráveis, com os donos de botecos de quinta categoria (o que é um boteco de primeira categoria??? rs), pagar uma pinga para um mendigo, desejar felicidades aos porteiros e seguir chutando pedrinhas e essa coisas desimportantes que faço sempre. Dou também um telefonema ou mando um e.mail para os conhecidos e amigos que me lembro, mas certamente esqueço gente e acabo sendo injusto. Não fico triste porque essa história de ser ou não injusto é muito subjetiva.

Sim, tomo minhas pingas e cervejas, penso em muita coisa e rasgo papéis velhos que deixo acumular durante o ano. Não cultivo nenhuma expectativa de melhora ou piora para o novo ano que está chegando. Calendário não deixa de ser uma coisificação do tempo que, a meu ver, como sabem, eu não acredito. Como, igualmente, não creio em destino nem em nada metafísico. Existem inúmeras pesquisas apontando pessoas solitárias e descrentes muito mais infelizes e passíveis de doenças. Talvez seja verdade, talvez não. Não me interessa também.

Em suma, a verdade é que estou bem, estou igual, como sempre fui… Para variar, tirei a barba (certamente por pouco tempo). Tem pessoas que me preferem de barba, outras sem barba. O que acabo achando engraçado.

Ainda Ela… e pra Ela

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Pra você, tá?

A Longa Noite de Cristal ou O grande retorno

Cai uma chuva fina. Saio de casa na madrugada e caminho por ruelas. Um homem também caminha, a noite dos mortos-vivos, a noite dos rituais de passagem. Uma noite sem fim, infinita mesmo. A primeira noite infinita. Quando determinadas ações forem colocadas em prática acontecerá o momento místico, surreal, mágico e metafísico. Mas o momento custa igualmente uma eternidade a chegar. As ruas são, cada vez mais, tomadas pelo silêncio, pelo negror. E a chuva fina persiste como persiste o homem (agarrado a um volume) a caminhar. Seguimos juntos por algum tempo. Eventualmente ele troca de calçada, mas me é impossível perdê-lo de vista. Ele não quer desaparecer da minha visão.

Pessoas dormem no chão, alguns cobertos de papelão molhado e outros, nem isso. Não parecem mais se dar conta da chuva. Embora ninguém se acostume com a desgraça, essas pessoas são obrigadas a aceitá-la – talvez, dando muita sorte, com o alívio que uma pinga pode proporcionar. Nada mais. Passo por essa gente, esse resto de gente e penso na viabilidade de deus. Quem é o filho de deus? Eu ou essa multidão que rasteja?

Percebo o homem, do outra lado da calçada, caminhando vagarosamente como que me esperando ou aguardando que eu abandone o pensamento sobre os miseráveis. Sigo, então, em frente. Calço sandálias, meus pés estão molhados e esse homem andarilho igualmente calça sandálias. Sim, estou curioso, preciso saber o que é aquele volume que ele carrega com cuidado extremo. De repente, ele entra num beco e o perco de vista. Fico parado, olhando na escuridão molhada. Do beco vejo luzes, quase fogos de artifício. Percebo então uma luz extrema e compreendo que estou na grande noite eterna, noite das noites. Noite do fim absoluto.

Não cultivar o ódio (gratuito)

Revendo todas as coisas, tudo o que tem rolado, relendo o post anterior em que disponibilizei meu e.mail para o plano de saúde da minha mãe, me dei conta que eu não sou isso. Em nenhum momento da minha vida eu pretendi ter um blog “justiceiro” ou muito crítico em relação às pessoas. Afinal, por menos acessos que tenha, um blog não deixa de ser um meio poderoso de comunicação. E o meu, nunca, em nenhum momento se pretendeu crítico a pessoas e/ou instituições.

Imagino que eu tenha publicado meu e.mail raivoso num momento de estresse profundo (o que não impede de alertar a população sobre o atendimento do plano de saúde em questão). Passou. Se houve imperícia médica, é um caso para Justiça resolver e não eu. E nem remoer a dívida que o médico relapso tem para comigo. Realmente não me pretendo ‘denuncista’ nem crítico inveterado. Cada um tem uma forma de se colocar no mundo. Até porque, se eu usar o meu pequeno e humilde meio de comunicação para criticar e denunciar….. nossa, sai de baixo… Muita gente estaria lá. Afinal… quem não é traído? Quem não conhece pessoas que nos machucaram?… Pior, nos decepcionaram em momentos em que estamos extremamente fragilizadas por uma dor que nenhum dinheiro pagaria…?. Se fosse p caso algumas pessoas seriam figurinhas fáceis para que eu insistisse em descarregar um ódio e uma frustração que, realmente, não tenho em meu coração. Acho que é isso,,,

 

OBS: Como não fui muito claro, informo que estou falando do meu blog de forma genérica, mas, evidentemente, tomarei todas as medidas legais cabíveis contra esse médico e a instituição no que se refere ao descaso com minha mãe. Obrigado à todos.

GEAP – UM PERIGO À VISTA – PREVINA-SE

Transcrevo meu último e.mail à GEAP – PLANO DE SAÚDE:

Apesar dos meus inúmeros e.mails, inúmeras ligações solicitando suporte DIGNO para mim mãe com câncer pulmonar, contra todas as orientações de TODOS MÉDICOS da GEAP em relação à paciente Alair Nazareth Cantanheda (n° 657 942 1006 )  aconteceu o irreversível óbito da minha mãe em meio a um sofrimento indigno de qualquer ser humano, com dores lancinantes porque:
– A GEAP negou-se dar qualquer tipo de suporte em casa, não para salvar a vida da paciente, mas para proporcionar o óbvio, um falecimento sem sofrimento.
 
– Durante esse período, quando houveram pequenas crises, solicitei o serviço de emergência desse “plano de saúde” e os médicos que compareceram (CREIO QUE TERCEIRIZADOS), mostraram-se profissionais competentes e humanos. Vieram e prescreveram medicação adequada concordando TODOS com os pneumologistas e oncologistas que atenderam a paciente em consultório: MANTER A PACIENTE EM CASA, junto ao carinho da família cuidando sempre para que não houvesse dor.
 
– Por volta de 23, 25 h. do fatídico dia 17 de dezembro de 2008 novamente a emergência da GEAP foi chamada e a família e, principalmente, a paciente tiveram a profunda infelicidade, o profundo azar de ser atendida por uma equipe do DOUTOR ELY VELOSO – COM CRM N° 3209O76 – 0 – QUE, AO ENTRAR EM MINHA CASA, ME INFORMOU QUE ELE TINHA MUITA PRÁTICA COM A GEAP E QUE, DIFÍCILMENTE CONSEGUIRIA UMA INTERNAÇÃO NESSE HORÁRIO – SIM, PORQUE ATÉ PARA UM LEIGO ESTAVA CLARO QUE ESSA CRISE MERECIA INTERNAÇÃO ! O DOUTOR ELY VELOSO PROCEDEU AO EXAME DE ROTINA NA PACIENTE ME INFORMOU TEXTUALMENTE O SEGUINTE: “… SOMOS UM SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA, REMOVEMOS PACIENTES QUANDO EXISTEM SINAIS CLAROS DE EMERGÊNCIA E, NESSE CASO, A PACIENTE ENCONTRA-SE COM TODOS OS SINAIS VITAIS PRESERVADOS. NÃO HÁ EMERGÊNCIA. NÃO EXISTE EXPECTATIVA DE MORTE IMINENTE…”
 
– DURANTE TODO ESSE TEMPO A PACIENTE GEMIA, DELIRAVA, GEMIA DE UMA FORMA COMO EU NUNCA VI.
 
– EM SEGUIDA, O DOUTOR SENTOU-SE NUM  SOFÁ E A ENFERMEIRA SENTOU-SE AO LADO DELE E DORMIU TRANQÜILA.
 
– O DOUTOR “PARA COLABORAR COMIGO” PASSOU UM RÁDIO PARA A COORDENAÇÃO MÉDICA E SOLICITOU AVERIGUAREM SE HAVIA ALGUMA VAGA EM ALGUM HOSPITAL CONVENIADO.
 
– EU PEDI E INSISTI, QUASE IMPLOREI QUE ELE APLICASSE UMA MEDICAÇÃO NA PACIENTE (MINHA MÃE) NÃO PARA SALVAR SUA VIDA, MAS PARA AMENIZAR A DOR, PARA DAR DIGNIDADE AO DOENTE.
 
– ELE ME EXPLICOU QUE ERA UM DOUTOR MUITO EXPERIENTE E QUE A MEDICAÇÃO DE ROTINA DA MINHA MÃE ERA MAIS DO QUE SUFICIENTE. EU INSISTI INÚMERAS VEZES DIZENDO E MOSTRANDO COMO ELA GEMIA, COMO A MEDICAÇÃO ROTINEIRA NÃO ESTAVA FAZENDO EFEITO E ELE ME INFORMOU TEXTUALMENTE: “…ELA ESTÁ GEMENDO PORQUE ESTÁ HÁ ALGUM TEMPO NO LEITO… “
 
– EU EXPLIQUEI E REPETI QUE NÃO ERA FATO! QUE A DOR ERA DO CÂNCER NO PULMÃO! E QUE O ONCOLOGISTA E O PNEUMOLOGISTA (CREDENCIADOS DA GEAP E EXCELENTES MÉDICOS) – TODOS DE COMUM ACORDO – HAVIAM ME INFORMADO QUE POSSÍVELMENTE MINHA MÃE JÁ DEVIA TER METÁSTASES NOS OSSOS E NO CÉREBRO, QUE ERA IRREVERSÍVEL E IRRELEVANTE SABER SE SIM OU NÃO. IMPORTANTE ERA DAR CARINHO, ATENÇÃO, CONFORTO E, ACIMA DE TUDO, IMPEDIR SOFRIMENTO, DOR. MESMO CONDENADA UMA PACIENTE MERECE TER SOBREVIDA COM DIGNIDADE E IR AO ÓBITO COM DIGNIDADE!
 
– O DOUTOR ELY VELOSO ME REPETIU QUE ERA MUITO EXPERIENTE (REALMENTE É VELHO) E QUE ANTES, DEVERIA HAVER UMA INVESTIGAÇÃO COM EXAMES ESPECÍFICOS QUE COMPROVASSEM A METÁSTASE OU NÃO.
 
– DURANTE TODA A FARSA A ENFERMEIRA DORMITAVA NO SOFÁ É O EXPERIENTE DOUTOR ELY CONVERSOU COMIGO SOBRE SUA “LONGA EXPERIÊNCIA”…. QUE FAMÍLIAS NÃO “ENTENDEM” OS PROCEDIMENTOS MÉDICOS, QUE ELE (VEJAM QUE ABSURDO!) MESMO JÁ SOFREU UM ANO DE PROCESSO IMPETRADO PELO CRM…. MAIS…. QUE DE OUTRA FEITA, UM FAMILIAR, VENDO O TRATAMENTO QUE DISPENSAVA À PACIENTE AMEAÇOU MATÁ-LO….. AH, FAMÍLIAS E FAMILIARES….
 
– DURANTE TODO ESSE TEMPO EU O OUVI E ENTREMEEI COM O PEDIDO DE QUE ELE AMENIZASSE A DOR DA MINHA MÃE (UMA SIMPLES PACIENTE) E ELE INSISTIU QUE OS GEMIDOS ERAM NORMAIS NUM PACIENTE ACAMADO, QUE A DOR ERA POR “ESTAR NA CAMA”……. POR FIM, NÃO HAVENDO VAGA NOS HOSPITAIS DE “PLANO DE SAÚDE”, ELE ME DISSE QUE NÃO HAVIA MAIS NADA A SER FEITO, QUE OS SINAIS VITAIS ESTAVAM PRESERVADOS, QUE NÃO ERA UMA EMERGÊNCIA E QUE EU, NO DIA SEGUINTE PROCURASSE A GEAP PARA PROVIDÊNCIAS CABÍVEIS DE INTERNAÇÃO. E, SEM NADA FAZER, ABANDONOU A PACIENTE (MINHA MÃE) E SE FOI COM SUA SONOLENTA ENFERMEIRA. (NÃO DEVERIA TER FICADO ATÉ QUE UMA SOLUÇÃO FOSSE ENCONTRADA???? NÃO!!!!! NÃO HAVIA RISCO DE MORTE EMINENTE !!!!!
 
– VINTE MINUTOS DEPOIS A PACIENTE “QUE ESTAVA BEM, COM SINAIS VITAIS ABSOLUTAMENTE DENTRO DA NORMALIDADE”, ENTROU EM SOFRIMENTO.
POR SORTE O MÉDICO DA CENTRAL ME INFORMOU QUE SÓ TINHA O NOSSO DOUTOR ELY DE PLANTÃO. EU EXPLIQUEI A SITUAÇÃO E O DR. DIOGO DA CENTRAL COMEÇOU A BUSCAR E, POR FIM ENCONTROU, OUTRA AMBULÂNCIA. A PACIENTE EVOLUI PARA SOFRIMENTO, SOFRIMENTO EXTREMO, ESTERTORES, OLHOS ABERTOS E PARADOS E FOI NESSE SOFRIMENTO QUE A PACIENTE DO “PLANO” FALECEU. O DR. DIOGO DA CENTRAL QUE, ESTE SIM, É UM PROFISSIONAL DIGNO DESSE NOME FICOU NO TELEFONE COMIGO… ORIENTANDO MASSAGENS CARDÍACAS, ORIENTANDO GIRAR A CABEÇA DA PACIENTE (QUE COMEÇOU A COLOCAR SANGUE E DEPOIS MUITO SANGUE PELA BOCA). O DR. DIOGO ME MANTEVE ATENTO, AVISOU A GRAVIDADE DO CASO À AMBULÂNCIA E O MÉDICO VEIO RÁPIDO E CIENTE DA GRAVIDADE DO CASO, DESSA VEZ UM PROFISSIONAL!
 
ME AFASTOU, ENTROU NO CIRCUITO, FEZ AS MASSAGENS POSSÍVEIS, MAS JÁ  CHEGOU AQUI COM A PACIENTE MORTA. O DR DIOGO DA CENTRAL E ESSE SEGUNDO MÉDICO TIVERAM UM PROCEDIMENTO PROFISSIONAL, DIGNO, CORRETO, EFICIENTE E PROFUNDAMENTE HUMANOS.
 
– COMO É ÓBVIO JÁ ESTOU TOMANDO AS MEDIDAS LEGAIS EM RELAÇÃO À GEAP ENQUANTO PLANO E AO DOUTOR ELY EM PARTICULAR JUNTO AO CRM.
– COMO PROFISSIONAL DE MÍDIA, COMO CIDADÃO ULTRAJADO E VILIPENDIADO ESTOU TOMANDO AS MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA A AMPLA DIVULGAÇÃO DESSES FATOS EM TODOS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO PARA ALERTAR A POPULAÇÃO O QUE ACONTECE COM PROFISSIONAIS TERCEIRIZADOS COMO, CREIO, DEVA SER O CASO DO NOSSO ‘EXPERIENTE DOUTOR ELY VELOSO”
 
DEFINITIVAMENTE UMA LÁSTIMA QUE DEVEMOS, TODOS OS CIDADÃOS, LUTAR PARA EXTERMINAR DO CONVÍVIO DE TANTOS OUTROS BONS PROFISSIONAIS. GANHARÁ A POPULAÇÃO, O CRM E QUEM SABE OS “PLANOS DE SAÚDE”
 
 
GERALDO LUIS IGLESIAS
(FILHO DA PACIENTE)

TCHAU MÃE! OBRIGADO POR CUIDAR DE MIM

MINHA MÃE FALECEU NOS MEUS BRAÇOS ÀS QUATRO HORAS DA MADRUGADA DO DIA DEZOITO DE DEZEMBRO DE 2008.

EU SÓ POSSO AGRADECER A TODOS, TODOS OS AMIGOS – E QUANTOS E QUANTOS AMIGOS! – POR TODO O CARINHO E CONFORTO QUE ME PROPORCIONARAM.

MUITO, MUTÍSSIMO OBRIGADO

Quando eu renasço na longa jornada de mim

Curiosas as coisas da vida. Minha mãe me esperou durante 9 meses (ou 7..  rs) e, após um processo doloroso, eu nasci. A vida passou. A minha e a dela. Verdade que tivemos inúmeros atritos, aborrecimentos e desacordos, mas sempre fomos o referencial um do outro. Mesmo discordando e brigando (rs) seguimos a vida e não nos perdemos de vista em nenhum momento. Mas a história de existir e não existir é realmente estranha, misteriosa em suas reviravoltas…. Se como, acertadamente, Cazuza nos falou tanto dessa “vida louca, vida breve”, eu percebo igualmente outros movimentos como uma certa longevidade excessiva da vida. São dois lados da mesma moeda.

Da mesma forma que minha mãe me esperou e cuidou para que eu viesse bem ao mundo e depois para que eu sobrevivesse ao mundo, agora, exatamente oitenta e dois anos depois, eu cuido da minha mãe como quem preserva um um bebê à caminho de tornar-se feto para que ela retorne de onde veio. Minha mãe é meu tudo, mas, principalmente é meu filho lindo que eu embalo, faço cafuné e carinhos, com quem eu falo muito baixo e, se ela me ofereceu o leite da vida, agora eu me esforço para oferecer o soro, seu último alimento. E se ela me deu um chazinho caseiro para as prováveis “cólicas do bebê”, restou-me a árdua (e gratificante) tarefa e oferecer-lhe morfina para que não sofra e mantenha sua enorme dignidade até o final.

Quem sou eu? Sou o filho ou sou a mãe? O claro ou o escuro? A verdade da vida ou a verdade maior,  que transcende? Ela já ultrapassou o período em que foi o meu bebê e, dia a dia, caminha para ser o meu feto e depois o nada,  ou melhor, o tudo. Ela me deu a vida e agora me oferece mais carinho, mais dignidade, mais certezas, mais saudades. Junto ao doce zumbido do eventual oxigênio, somos os mesmos e dormimos de mãos dadas.

A passarinha de Balza K.

As meninas quando fazem trinta anos deveriam estar comprando o primeiro sutiã ou o primeiro salto alto ou abandonando a última mousse de chocolate… Meninas são estranhas porque se assustam rapidamente (hormônios, hormônios….)… Essas moças de hoje (que não andaram no bonde da Praça Tiradentes e só conheceram a Av. Atlântica com duas pistas), que adoram nosso glorioso Noll, mas não têm paciência para ler “O Paraíso Perdido”, de Milton, não têm paciência para se casarem e menos ainda para filhos… Sampa. Meninas independentes, olheiras profundas por excesso de trabalho, de emoção pelo que foi, pelo que vem e pelo que virá, estressadas pelo que viveram e pelo que viverão, o que é e o que será… São Francisquinho de Assis, deixa um pouco de lado os passarinhos e olha para tudo aquilo que brota no meu solo varonil ou melhor, meu puro santinho…: Olha apenas para ela, se não todos, pelo menos para a passarinha (a ave, meu santinho) que revoa hoje nessa agitação de seus trinta aninhos como quem goza o nascimento de mais uma mulher plena, dessas que, cansadinhas de serem meninas brincando de senhoras, serão agora mulheres que sabem ser meninas para sempre. Existe umazinha apenas que inverteu, reverteu, reinverteu tudo e agora não sabe mais onde está. É hora de mostrar, definitivamente, a cidade iluminada, mesmo com fumaça, mas antes, acena e mostra pra ela primeiro São Salvador e, lá não ficando, acena ainda com o calçadão de Copacabana, a Lagoa e, igualmente, a Lapa dos malandros de antes e dos, igualmente, de agora. É hora de amansar essa passarinha (a ave, meu santinho, pô!) não para o cativeiro. Ao contrário: para a vida, longa vida . . . (vida longa, vida breve, né? .. yéh! rs)

Os vermes e deus

Fico me perguntando qual o pior tipo de degeneração. A do corpo ou a da mente. Ou do espírito, de preferirmos. O apodrecimento das carnes em vida, esse processo lento e contínuo que faz as pessoas perderem todas as forças, não conseguirem mais manterem-se em pé, que acaba afetando também o raciocínio e a capacidade cognitiva. São em pequenos passos que os vermes se espalham, não exatamente matando como uma bala de revólver, mas como quem instila poucas gotas de um veneno diariamente. Pessoas que já não caminho, que perdem a cor, tirnam-se assustadoramente macilentas, olhos fundos que nos observam como quem diz que (já) sabe tudo. Da vida e da morte próxima. E, finalmente, a angústia da impotência. Da simplesmente impossibilidade  humana de interferir, de alterar, desviar o caminho de um simples verme! De como todas as técnicas, todo o avanço científico… de como tudo se reduz a nada! As religiões (sempre apaguaziguadoras) nos dizem da vida e da morte. Nos dizem da vida após a morte. Só não falam da impotência de deus sobre o apodrecimento em vida. Afinal, a inacreditável impossibilidade humana…


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"A descoberta do Prozac criou um universo de eunucos felizes"

"É-nos impossível saber com segurança se Deus existe ou não existe. Por isso, só nos resta apostar. Se apostarmos que Deus não existe e ele existir, adeus vida eterna, Alô, danação! Se apostarmos que Deus existe e ele não existir, não faz a menor diferença, ficamos num zero a zero metafísico" Albert Camus

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""Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos."
Nelson Rodrigues

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